Games: a nova onda do marketing digital

14/06/2021 | Artigo


Os videogames deixaram de ser algo de nicho. Hoje, são a forma de entretenimento que mais cresce e é maior do que as indústrias de cinema e música juntas. Os números impressionam: o mercado deve chegar a valer US$ 200 bilhões até 2023. Atualmente, há 3,1 bilhões de jogadores pelo mundo que jogam em média oito horas e meia por semana. Estudos já apontam que a tendência é as redes sociais e o consumo de conteúdo online devem ir aos poucos migrando para dentro dos jogos. E as marcas e empresas não podem ficar de fora.

 

Essa nova mídia vem com particularidades muito benéficas para as marcas. Seja no smartphone, tablet, notebook ou no próprio console, os jogos se adequam a cada plataforma, aumentando o alcance de qualquer campanha de gamificação. Podem ser feitas das mais diversas formas: desde a inserção da marca no cenário até o desenvolvimento de um jogo voltado exclusivamente para um produto ou serviço. Isso permite colocar anúncios em ambientes considerados premium por uma fração do que custaria no mundo real, mas para um público de milhares de pessoas. Por exemplo, um banner em uma estação de trem virtual ou até o patrocínio de um time de e-sports. 

A comunicação com essa audiência também pode ser mais fácil e mais direta do que outros meios tradicionais. Por ser uma atividade imersiva, os jogos se tornam um canal mais eficaz, já que a marca tem quase que atenção total do gamer. O marketing de influência no mundo dos videogames também é muito mais poderoso. Segundo relatório, os influenciadores desse meio têm o poder de fazer os jogadores mudarem de plataforma, por exemplo. Com a chegada dos jogos em nuvem, os anúncios podem ser rastreados, dimensionados e entregues aos jogadores em tempo real. Ainda permite direcionar a jogadores de todos os tipos, em diferentes horas do dia, em todos os cantos do globo. Não é à toa que a gamificação pode aumentar a intenção de compra em 169% em comparação com anúncios em vídeo padrão.

Empresas já começaram a ver valor nesse negócio. Nike, Disney e Gucci são só algumas que já realizaram campanhas dentro da Roblox, uma plataforma que permite os usuários criarem seus próprios jogos. Fornite também virou espaço para divulgação de eventos. Mesmo empresas que não são da indústria de games têm investido no setor — o Facebook, por exemplo, está desenvolvendo um jogo para a Zara.

O Brasil não está de fora. O Boticário recentemente lançou um jogo de realidade virtual e marcas como a Amaro e McDonald ‘s já fizeram intervenções no jogo MineCraft. Não é por menos: o Brasil é o terceiro país do mundo com maior número de jogadores, atrás apenas dos EUA e da China. Segundo a NewZoo. o consumo em videogames no país chega a US$1,3 bilhão, à frente de cinema (US$ 0,8 bilhão) e música (US$ 0,2 bilhão). 

O que ainda impede o maior investimento de marketing em games é a falta de compreensão sobre o mercado devido à diversidade de títulos, públicos e à influência que uma marca de jogos pode ter. Esse mercado tem mudado bastante e de forma rápida: hoje, por exemplo, o público feminino já é maioria no Brasil. Além disso, a média de dispositivos já é de 2,6 para os jogadores brasileiros, segundo estudos da NPD e ESPM.

Cada vez mais, o consumidor procura uma relação de mais confiança com os produtos e serviços que consome. E os jogos podem ser o caminho para trazer experiência e se tornar uma marca com mais fidelização.