Como adotar tecnologia para criar valor ao negócio

12/04/2021 | Artigo


Adoção de plataformas digitais virou quase que regra para os negócios durante a pandemia. Mas se engana quem pensa que a digitalização de funções leva necessariamente à transformação digital. Enquanto uma significa apenas a sobrevivência da empresa em tempos de distanciamento social, a outra é uma mudança de longo prazo, gerando valor à cadeia produtiva como um todo.

A diferença entre os dois é clara: as empresas devem reimaginar o seu lugar no mundo, em vez de se concentrar em digitalizar o que já faz, aponta artigo do Harvard Business Review.

O foco deve estar não em copiar tecnologias que estão bombando, mas selecionar aquela que faz sentido e irá trazer valor aos clientes.

Esse processo exige estar disposto a quebrar modelos antigos de negócios e pensar estratégias em ecossistemas. Tanto internamente, com equipes mais colaborativas e que tenham fácil acesso à todas as estruturas da empresa, até externamente, trabalhando com parceiros para fornecer recursos diferenciados. 

Quando essa mudança acontece de forma estrutural os resultados começam a aparecer. Uma das maiores vantagens de um sistema de inteligência artificial integrado aos negócios é a capacidade de responder a perguntas estratégicas rapidamente e tornar a experiência mais personalizada. 

Nesse processo, o marketing é um importante ator. Um estudo apontou que 41% dos profissionais de marketing dizem que a IA e o aprendizado de máquina são os maiores contribuidores para acelerar o crescimento da receita e melhorar o desempenho, obter insights de dados de marketing (40%) e criar experiências personalizadas do consumidor em escala (38%). 

Mas como todas as áreas, as empresas ainda sofrem com a transição de digitalização para transformação digital. O mesmo estudo descobriu que a maioria dos profissionais de marketing, 77%, tem menos de um quarto de todas as tarefas de marketing automatizadas de forma inteligente e 18% dizem que não automatizaram de forma inteligente nenhuma tarefa. 

O comportamento do líder é fundamental para alavancar essa mudança. Os Chief Marketing Officers (CMOs) precisam estar à frente de sistemas tecnológicos para rastrear KPIs em tempo real, automatizar relatórios e acelerar a tomada de decisões. Ao mesmo tempo que não deve só olhar para si. Esses dados também precisam se cruzar com informações de canais externos e feedbacks de redes sociais. O Starbucks, por exemplo, criou um mecanismo de personalização em tempo real que integrou às informações da conta dos clientes, aplicativo e dados de terceiros. O resultado foi um aumento de 150% na interação com o usuário usando análise preditiva e IA e uma melhoria de três vezes nas receitas por cliente.

E a mudança não deve ser apenas entre líderes de áreas que já têm mais abertura ao digital. A transformação digital exige repensar toda a liderança. Pesquisa da Harvard Business Review descobriu que todas as 500 maiores empresas listadas pela revista Fortune, já exigem habilidades tecnológicas para líderes de marketing, tecnologia e informação, mas menos de um terço das especificações para diretores de recursos humanos e diretores de contabilidade mencionam essas habilidades. E entre 40% a 60% para os CEOs, diretor do conselho e diretor financeiro.