Artigo: Impacto do Coronavírus no Setor de Saúde
14/09/2020 | Artigo
O setor de saúde é, sem dúvidas, o mais atingido pela pandemia causada pela COVID-19. Com o aumento diário no número de novos casos no Brasil, os profissionais seguem na lutam contra o tempo para manter o controle da situação e evitar qualquer tipo de colapso.
Em cinco meses, o Brasil já passou da marca das 100 mil mortes por conta de complicações do novo coronavírus – e na linha de frente desta luta estão profissionais que contam com a construção de novos hospitais e ampliação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), equipamentos de proteção para diminuir os riscos de contágio.
Num cenário como este, a tecnologia tem sido uma grande aliada para diminuir a distância entre pacientes e familiares, e até mesmo para ajudar nas consultas médicas, amenizando assim um pouco da distância causada pelo isolamento que a doença exige.
O uso da tecnologia a favor da saúde
Uma importante ferramenta de prevenção ao novo coronavírus é a telemedicina. Desde o início da pandemia, governos firmaram parcerias com empresas de tecnologia que desenvolveram aplicativos e plataformas para ajudar no monitoramento e diagnóstico da doença. Além de analisar os sintomas do paciente, o serviço de Telessaúde também ajuda a população a se manter atualizada sobre o cenário atual com informações e novidades sobre o vírus. Os dados gerados em cada registro ajudam no controle e rastreamento de pacientes.
A telemedicina também disponibiliza serviços de assistência médica online a clínicas, hospitais e profissionais da saúde. Em março deste ano, o Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizaram o uso do serviço também para atendimento à população. As teleconsultas estão disponíveis para o SUS e planos e seguros privados.
A ideia é deixar o processo mais prático: em uma ligação por vídeo, o paciente consulta diretamente com o médico. Quadros considerados leves podem ter diagnóstico e tratamento à distância. O médico também pode fazer a análise de resultados de exames, caso necessário, via telechamada. Esta alternativa ajuda na prevenção ao vírus, uma vez que diminui as chances de contaminação por conta de fatores como o deslocamento até o consultório ou clínica, por exemplo.
Outra opção que alguns hospitais adotaram é o serviço de TeleUTI. Na falta de especialistas devido à crise da COVID-19, o hospital mantém um médico em contato de forma online com a equipe local para dar as devidas orientações quanto aos tratamentos de pacientes.
Ainda falando de UTI, a tecnologia ajuda também os pacientes em tratamento. Com as visitas suspensas neste período, as chamadas de vídeo amenizam a saudade dos familiares com o auxílio de aparelhos devidamente adaptados e oferecidos pelo próprio hospital.
Por conta dos resultados positivos em relação ao atendimento à distância, a tendência é que a telemedicina vá além da pandemia e continue trazendo boas notícias para o segmento. Especialistas acreditam que as mudanças e adaptações tecnológicas que tiveram de ocorrer são promissoras e devem melhorar o atendimento e a relação direta entre pacientes e profissionais de saúde.
Bem-estar na quarentena
Diante de tanta adaptação em 2020, a parte de se manter bem dentro de casa também entrou na lista de prioridades na quarentena de algumas pessoas. Um dos hábitos que fazem mais falta para quem mantinha uma rotina era o de se exercitar semanalmente. E é aí que entra a tecnologia novamente para ajudar: muitos profissionais da área de educação física transformaram o modo de atender os alunos.
Os treinos foram adaptados para serem feitos com chamadas de vídeo e passaram dos equipamentos de academia e estúdio de pilates para utensílios de casa. Cadeiras, elásticos, cordas e até garrafas de água se transformaram em pesos e material para auxiliar nas aulas com personal trainer.
Outra alternativa encontrada por empresas do setor foram as redes sociais. O número de lives neste período aumentou consideravelmente também no segmento da saúde. Para manter as atividades funcionando no “novo normal” deste ano, academias promovem vídeoaulas gratuitas de diversas modalidades em plataformas como Instagram e YouTube.
Seja na produção de vacinas, na realização de testes imunológicos ou em ferramentas de bem-estar, é fato que o uso de tecnologias dentro do serviço de saúde é algo indispensável. A transformação digital é real, é urgente e tem impactado todos os setores da economia.
No caso da saúde, resta apenas saber se no Brasil vamos investir cada vez mais na produção de tecnologia própria ou se vamos manter nossa posição de compradores de tecnologias, pagando um preço alto pela falta de visão a longo prazo.
Autor: Renata Crawshaw