A importância do upskilling na transformação digital

12/07/2021 | Artigo


Não dá para falar de transformação digital sem falar sobre a transformação da força de trabalho. Ao mesmo tempo que a empresa precisa investir em novas tecnologias, também precisa capacitar seus colaboradores para fazerem o melhor uso das novas ferramentas. Os chamados de upskilling e reskilling, ou seja, aprimorar suas competências ou aprender novas habilidades, são um processo constante que precisa se integrar aos negócios. 

Em um mundo em transformação, treinamentos recorrentes são fundamentais para que a força de trabalho esteja sempre atualizada com as mais recentes ferramentas e práticas. E essa pode ser a diferença entre uma organização que avança daquela que fica para trás. Segundo uma pesquisa, 82% dos funcionários e 62% dos diretores de RH disseram acreditar que os trabalhadores precisarão requalificar ou aprimorar suas habilidades pelo menos uma vez por ano para manter uma vantagem competitiva.

E é um trabalho em conjunto. Ao mesmo tempo que o colaborador precisa estar interessado em se manter atualizado, para dar certo, a empresa também precisa fornecer as ferramentas necessárias para seu aprimoramento. 

Além de ser menos custoso que procurar mão de obra externa, o upskilling e o reskilling aumentam a eficácia das equipes. Um estudo da PwC identificou que cada pilar da produtividade envolvia algum tipo de upskilling. Ainda quando as empresas oferecem oportunidades de crescimento e desenvolvimento para seus funcionários, constrói a lealdade entre eles e promove uma cultura de progresso, aumentando as taxas de retenção e refletindo em uma melhora na qualidade dos serviços e produtos. Um estudo global da Coursera identificou, por exemplo, que os países onde os profissionais têm maior proficiência em tecnologia são aqueles com maiores índices de inovação.

Com a pandemia, as empresas já começaram a aumentar os seus investimentos na capacitação. Em um relatório do LinkedIn Learning, 59% dos profissionais de aprendizagem e desenvolvimento disseram que suas organizações estão priorizando programas de educação este ano — um aumento de 15% desde junho de 2020. Estão indo muito além de workshops e aulas de capacitação. A Microsoft, por exemplo, tem parcerias com universidades para já preparar os alunos para trabalharem em seus datas centers.

Não é por menos. As empresas já sentem a falta de mão de obra qualificada. O estudo da Coursera apontou que metade das empresas localizadas na América Latina não consegue encontrar candidatos para os cargos que requerem mais habilidades, em comparação com 36% em países da OCDE. No Brasil, apesar de os alunos da plataforma terem aumentado suas habilidades durante a pandemia, ainda deixam a desejar: apenas 14% possuem habilidades em Negócios; 48% possuem habilidades de Tecnologia; e 22% possuem habilidades em Ciência de Dados.

O upskilling e o reskilling são um dos principais desafios globais para as empresas. O Fórum Econômico Mundial descobriu que metade da força de trabalho precisa se atualizar até 2025 para conseguir lidar com um cenário liderado pela automação e novas tecnologias. E identificaram ainda que se o ritmo atual de qualificação não aumentar, pode levar décadas para que os funcionários de hoje estejam prontos para o futuro do trabalho. 

A educação dos funcionários ainda não pode ser reduzida a habilidades que envolvem apenas tecnologia. O grupo Mursion, por exemplo, tem investido no aprimoramento das soft skills, como empatia, dos seus colaboradores com ajuda de um avatar de realidade virtual, tendo a chance de ouvir e interagir com um cliente ou funcionário difícil.

Aprimorar a qualificação dentro da empresa não é apenas inteligente, mas é fundamental para o crescimento das organizações a longo prazo.